segunda-feira, 26 de setembro de 2011

José Sócrates “morreu”!

De repente, parece que foram apagados por completo (tal como o registo de deputado de José Sócrates na Assembleia da República), os últimos 6 anos de governação em Portugal. Estou em crer que daqui a uns anos, alguém se lembrará de registar, nos compêndios da História de Portugal, que o período de 2005 a meados de 2011, é omisso por falta de documentação que suporte tudo o que se passou neste país. Ninguém saberá quem governou nem o que na realidade se passou. Houve uma interrupção na história.
É que ouvindo hoje falar os socialistas, ficamos mesmo com a noção de que o que referi atrás é pura realidade. Por exemplo, ouvindo António José Seguro falar (desculpem bater novamente no ceguinho mas ele põe-se constantemente a jeito), fico com a sensação de termos hibernado desde 2005, para voltarmos a acordar em 2011, com uma situação económica e financeira desastrosa, que ninguém sabe como surgiu, nem quem foi ou quem foram os responsáveis e que este governo PSD/CDS (que está a tentar tirar-nos da falência), com a forma como governa, é o causador de todos os males de que padece Portugal. Para ilustrar esta ideia da existência de um processo generalizado de amnésia, nos socialistas, retirei algumas frases do discurso de abertura de A. J. Seguro, no congresso do PS, que decorreu no início de Setembro.
Vejamos então o que esse senhor disse.
Diz ele acerca do PS que é “…O Partido da liberdade, da igualdade de oportunidades, da justiça e do progresso social.”
“Para o PS, as pessoas estão primeiro.” - (mas em que raio de país esteve A. J. Seguro a viver nos últimos 6 anos?)
“O PS orgulha-se dos líderes que teve. Todos eles fazem parte do nosso património, todos eles construíram a nossa identidade.” Ora então vejamos como foram os grandes líderes socialistas. Mário Soares, há anos que é um sugador de dinheiros públicos (Fundação, segurança das habitações, várias mordomias por ter sido Presidente da República e sabe-se lá mais o quê). Além disso, foi com ele que veio a Portugal, pela primeira vez, a ajuda do FMI. Guterres esbanjou enquanto houve (…dinheiro amealhado pelos governos de Cavaco Silva) e quando deixou de haver, demitiu-se. Sócrates deixou o país à beira da bancarrota, fruto de decisões políticas erradas, e depois... demitiu-se (…e ainda tem por explicar os trezentos e tal milhões de euros que parece possuir). É esta a identidade do PS, esgotar os recursos financeiros do país para depois se demitirem ou solicitar ajuda internacional, endividando ainda mais o país.
“O PS precisa de se aproximar mais dos trabalhadores portugueses, dos que têm emprego e dos que estão desempregados. Portugal tem cerca de 700 mil desempregados! É um drama para cada um e uma chaga social. Em particular para os jovens e para os desempregados de longa duração”.- (…quem terão sido os responsáveis pelos 700 mil? E pelos jovens desempregados?)
“Sei bem como é difícil ser socialista na Madeira. É inaceitável a forma como se faz política na Madeira. Há longos anos que há um défice democrático, com que poucos se incomodam.” – (isto tem piada, como é que ele nunca ficou incomodado com o défice democrático na forma como se fez política, no continente, durante os últimos 6 anos?).
“Os madeirenses, em particular os que têm uma actividade cívica e a comunicação social conhecem bem as consequências de terem uma opinião diferente do poder instituído”.
“Queremos toda a verdade. Queremos saber o valor real da dívida directa e indirecta da Madeira. Onde e como foi aplicado o dinheiro dos contribuintes. Exigimos o apuramento das responsabilidades de toda a natureza.” – (será que ele vai exigir o mesmo sobre a governação de Sócrates?)
“Saúdo os socialistas dos Açores, e o nosso camarada Carlos César pelo trabalho que têm desenvolvido. Que diferença vai entre a Madeira e os Açores! Que diferença!” – (efectivamente há uma grande diferença, a Madeira é a 2ª região mais rica de Portugal; o desemprego é baixíssimo, o índice de qualidade de vida aumentou 19,7% desde 2001, a maioria dos eixos de actividade apresenta um elevado desempenho,… Basta ver as estatísticas).
“Este Governo [de Passos Coelho] dispõe de maioria absoluta. Não necessita de negociar com nenhum outro partido. Não tem desculpas. Basta-lhe decidir e executar. E é assim que tem feito. Infelizmente, tem decidido e executado mal.” - (…ou ele pensa que Sócrates ainda governa ou então gostaria que este governo tomasse medidas à socialista e conduzisse o país definitivamente à bancarrota).
“Nestes primeiros 80 dias, [o governo] já deixou três marcas: injustiça social, incumprimento eleitoral, insensibilidade social.”(…esta não comento, só apelo à memória dos leitores relativamente aos últimos 6 anos).
“Mais impostos é receita fácil para o governo, mas muito difícil para as pessoas que passam os dias a fazer contas à vida.”(mas porque será que os socialistas só se lembram disto quando são oposição???)
“O PS está ao lado dos portugueses contra estes novos sacrifícios”(o PS, quando oposição, está sempre ao lado dos portugueses. A governar, está sempre ao lados dos…deles).
“Para o PS não há portugueses de primeira nem portugueses de segunda”. – (saberá Seguro que foi durante os últimos 6 anos que mais aumentou o fosso entre ricos e pobres? Ou isso não lhe interessa?).
“Contas públicas equilibradas e rigor orçamental são condições necessárias para garantir a sustentabilidade do Estado e das políticas públicas…. Para o Governo o rigor orçamental é um fim em si mesmo que deve existir porque os mercados assim o exigem. Para a esquerda democrática a exigência de rigor nas contas públicas tem a ver com as pessoas e não com os mercados.”(…socialistas a defender rigor nas contas públicas? Realmente já vi muitas coisas mas esta…)
“Ainda há poucos dias ouvimos o Primeiro-ministro dirigir-se em tom de ameaça aos portugueses que ousarem manifestar-se ou exprimir-se livremente. Creio que em democracia foi a primeira vez que um Primeiro-ministro ousou fazê-lo. Pois eu quero daqui dizer ao Senhor Primeiro-ministro que o Partido Socialista não teme nem a voz nem a iniciativa dos cidadãos.”(bem, ele não se lembra certamente das inúmeras vezes que cidadãos foram calados, inclusive com apreensões de material a utilizar em manifestações, por parte da polícia, durante governos socialistas).
“Há quem faça política para as TVs e para os jornais eu quero um PS a fazer política para as pessoas e com as pessoas.” (…o que me deixa muito curioso é o facto de Seguro ter efectuado este discurso precisamente às 20h, quando começam os jornais informativos nas estações de TV. Até o seu camarada António Costa referiu que o que Seguro quer é protagonismo televisivo).
“Estou certo que deste Congresso vai sair um PS forte, renovado, responsável e ambicioso”. – (principalmente renovado mas…com os mesmos do costume).

Pois estas afirmações de A. J. Seguro, proferidas num congresso do PS, em que estiveram presentes os que levaram este país à falência, levam-me a pensar o seguinte:
Como pode um partido, que não assume os seus erros de governação, ter a confiança dos portugueses e estar preparado para ser alternativa ao actual governo?
Como pode um partido, que não assume os seus erros de governação, fazer uma oposição séria e credível?

De qualquer forma e porque o português normalmente tem a memória curta, eu gostaria de vos dizer que afinal Sócrates não “morreu”. E a prova disso é a de que estamos hoje e certamente estaremos durante muitos anos, a pagar pelos seus erros levianos, que nos conduziram à situação em que nos encontramos hoje.
PENSO QUE O PERÍODO DE GOVERNAÇÃO DE SÓCRATES, EM LUGAR DE SER ESQUECIDO POR SER MUITO MAU, ANTES DEVE SER RELEMBRADO CONSTANTEMENTE PARA QUE NÃO VOLTE A ACONTECER SEMELHANTE COISA.

Para relembrar, aqui ficam alguns factos que nos afectaram bastante, pela negativa, pois sentimo-los na pele, nos últimos anos.

·         Quem deixou o país na miséria foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a aumentar impostos foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a mentir ao país foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a aumentar desmesuradamente a dívida externa e empenhou o país por muitas gerações foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a controlar e condicionar a comunicação social foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a controlar e condicionar a Justiça foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a dar empregos aos “boys” do partido foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a esconder a situação real em que o país se encontrava, mentindo a tudo e a todos foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a brincar com a Educação e transformou o conhecimento em simples estatísticas foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem endividou o Estado e portanto os portugueses com as Parcerias Publico-Privadas foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a fechar maternidades, urgências, SAP’s, centros médicos foi José Sócrates e os socialistas.
·         Quem andou a libertar os bandidos, transmitindo um sentimento generalizado de insegurança foi José Sócrates e os socialistas.
·        
A lista é de tal forma enorme que seria impossível apresentar tudo aqui. No entanto quero só acrescentar mais uma:
·         Quem deve enfrentar a Justiça, por tudo o que referi antes, é José Sócrates e os socialistas que o acompanharam.

Depois de tudo isto, ainda vem A. J. Seguro acusar o actual governo de assumir medidas muito duras para as pessoas. Porque não se preocupou ele com as pessoas, quando Sócrates as atacava constantemente?
Se este executivo de coligação teve, tem e terá de tomar medidas duras para as pessoas, para consegui tirar o país desta situação degradante em que se encontra, sabemos bem quem são os seus responsáveis: os socialistas.
Mais. Se há medidas que este governo está a aplicar e que não estavam previstas no memorando da Troika deve-se ao facto de, aquando da sua assinatura, ainda não serem conhecidas algumas situações que estavam escondidas e que mais tarde vieram a público.

Mas para se compreender melhor esta atitude de Seguro, vejamos o que ele disse a Sócrates, no final de Maio de 2011 (a cinco dias das eleições de 5 de Junho), em Fafe, no círculo de Braga, por onde era candidato à Assembleia da República:
“É por isso, meu caro José Sócrates, que hoje aqui estamos todos, juntos, unidos (…) para somar as nossas energias, para somar as nossas forças e para te dizer que aqui no Minho o PS conta com todos nós e tu contas com todos nós nesta luta até à vitória no próximo dia 5 de Junho”.
Cá está, o apoio inequívoco de Seguro ao seu líder, José Sócrates. Logo, Seguro concordava com o que Sócrates estava a fazer aos portugueses e ao país. Daí a pergunta:
Será que Seguro merece o nosso respeito, a nossa confiança?
A minha opinião é-lhe completamente desfavorável.
Aliás, Seguro tenta transmitir a ideia da existência de um novo PS, tentando descolar do período em que Sócrates governou. Mas simultaneamente continua rodeado de algumas pessoas que estiveram no anterior governo e que nos conduziram ao descalabro económico e financeiro, situação de quase bancarrota, o que para quem quer fazer oposição séria, não deixa de ser estranho e caricato.
  
Em jeito de conclusão quero referir que:
António José Seguro revela-se assim como mais um socialista, à semelhança de Sócrates, com um sentido apuradíssimo para a fantasia e ficção. Também ele pensa que vive num país abastado, onde as pessoas vivem alegres e satisfeitas, onde tudo é bom e bonito e onde nada corre mal.
Além destes aspectos, apresenta também um estado patológico, em estado avançado, designado por amnésia.

Na minha opinião, A. J. Seguro é um líder a prazo. Só resta saber quando cai.


Nota: coitado do homem, nem no líder do grupo parlamentar teve sorte. A primeira intervenção de Carlos Zorrinho, na Assembleia da República, demonstrou bem a divisão que reina no seio do PS, apesar do líder Seguro afirmar o contrário.

Enfim…, tristezas…

Bem hajam.

Viva Portugal

João Pando

domingo, 18 de setembro de 2011

O Senhor Feudal volta ao ataque!

Meus caros, depois de um período de interregno (para férias e não só...), o Senhor Feudal vai voltar muito, muito em breve.

Até já!

domingo, 3 de julho de 2011

O Governo Luz e António José “Pouco” Seguro

Parece-me que não são só pessoas pouco nobres que andam por aí. Também há pessoas pouco “seguras”.
Foi discutido na semana passada, no Parlamento, o programa do governo de coligação PSD-CDS/PP.
A medida mais radical e de fundo, apresentada pelo Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, foi a de criar, por sugestão do Ministro das Finanças Vítor Gaspar, um imposto extraordinário sobre o rendimento singular, mais concretamente um corte de 50% sobre o subsídio de Natal.
A questão que se impõe é: porque terá o governo criado este imposto extraordinário? Por lhes ter simplesmente apetecido? Por serem do PSD e do CDS/PP? Não me parece.
O Governo fê-lo porque não teve alternativa. Fê-lo porque existe responsabilidade. Fê-lo porque existe verdade, honestidade, frontalidade. Fê-lo porque existe preocupação com o futuro do país, não do partido. Fê-lo porque ainda existe esperança, apesar do anterior governo quase a debilitar fatalmente.
Eu acredito neste governo, nestas mulheres e homens que nos vão tentar retirar da pré-bancarrota em que Sócrates e o seu PS nos deixaram.
Nunca foi dito que não haveria sacrifícios. Antes pelo contrário, habituámo-nos a ouvir durante a campanha eleitoral e mesmo antes que viriam mais e mais sacrifícios. E eles aí estão. Era disto que se falava. Só que agora há esperança.
Confesso que retirar-nos metade do subsídio de Natal, não será medida com a qual concorde. Nem nunca poderei concordar com uma medida desta natureza. E acredito que o governo também não. No entanto, devemos encarar a realidade como ela é e qual a situação em que nos deixaram. E uma vez que infelizmente a nossa Justiça não consegue responsabilizar os políticos que nos fazem mal (…pois são eles que fazem e aprovam as leis) e fazê-los pagar esta crise, temos de ser todos nós a contribuir para a saída desta crise e a tentar termos um futuro melhor. Nesta perspectiva, não me importo de me sujeitar a mais este sacrifício proposto pelo governo.
Alguns poder-me-ão dizer “ah mas se fosse o Sócrates a fazer isto, não concordavas”. E têm razão. Porque existe uma grande diferença que qualquer pessoa minimamente inteligente, consegue detectar: enquanto com Sócrates ninguém já tinha esperança de nada e portanto uma medida destas seria para nos penalizar sem qualquer vantagem futura, com Pedro Passos Coelho existe essa esperança e a possibilidade de Portugal recuperar, embora não saibamos o que irá acontecer no futuro. Esta é uma diferença decisiva. Mexe com as expectativas de cada um de nós. Principalmente quando começamos a pensar que futuro terão os nossos filhos e os nossos netos neste país, depois de nos esforçarmos dia após dia para que nada lhes falte.
Estas medidas saem-nos do corpo mas agora acreditamos que têm um propósito bem definido: melhorar a qualidade de vida de todos. De realçar que esta medida é para ser aplicada uma única vez.
Depois, aparecem os grandes entendidos em política nacional, pertencentes a várias organizações, a criticar estas medidas, mesmo depois do Instituto Nacional de Estatística (INE) ter publicado novos dados que nos empurram ainda mais para o fosso.
Um destes especialistas de política dá pelo nome de António José Seguro, candidato à liderança do partido que deixou Portugal, já por diversas vezes, à beira da bancarrota.
Diz ele então sobre esta medida que “Além de um disparate, é chocante…Os portugueses estão fartos de sacrifícios, já não têm mais furos no cinto para apertar”.
E penso que tem razão. É um disparate que só é necessário por causa do partido que nos governou anteriormente, do qual ele faz parte e pretende ser líder.
Mas há aqui outra coisa que me deixa perplexo e preocupado. António José Seguro parece ter a noção dos sacrifícios que os portugueses estão a suportar.
Mas sendo assim:
·         Que fez António José Seguro para nos evitar essa sobrecarga de sacrifícios?
·         Durante o governo de Sócrates, quantas vezes ele reclamou desses sacrifícios?
·         Quantas vezes ele esteve do lado das pessoas, contra José Sócrates?
·         Que fez ele para sermos menos penalizados pelas medidas do anterior governo?
·         Quantas vezes falou António José Seguro, verdade aos portugueses, quando Sócrates nos mentia?
Pois é. Esteve sempre calado. Nunca abriu a boca contra o seu líder, ou seja, pactuou com tudo o que Sócrates fez. E porquê? Para se apresentar à liderança do PS como figura imaculada. E é um indivíduo desta estirpe que os socialistas vão eleger para líder? Na minha modesta opinião, não passa de mais um oportunista, que por questões partidárias (colocou sempre o partido em primeiro lugar, em lugar do país) e não de interesse nacional, quer vir a ser Primeiro-Ministro. Será que é para levar novamente o país à bancarrota, depois do governo PSD-CDS/PP o conseguirem recuperar?
Bom, a história dos últimos trinta e sete anos foi isso que nos ensinou:
O socialismo estraga; a social-democracia recupera.
O socialismo empobrece; a social-democracia enriquece.
O socialismo esconde; a social-democracia mostra.
Em relação ao Francisco Assis, nem vou tecer comentários pois todos nós estamos a sofrer na pele as decisões que ele apoiou na Assembleia da República. Conhecemo-lo bem.
Será uma destas duas personalidades que irá conduzir o maior partido da oposição. É caso para dizer: “Livrai-nos Senhor”.
Quero acrescentar ainda que já algumas coisas se vão sabendo da actuação menos transparente do governo anterior, lesando sempre o Estado, ou seja, todos nós, como por exemplo:
·         A venda de imóveis a preços muito mais baixos do seu valor;
·         Graves irregularidades na contratação de consultoras, por empresas do Estado;
·         Pagamento indevido de seguros a familiares de funcionários do Estado, por parte de empresas reguladoras financeiras;
·         Pagamentos de subsídios e outros a magistrados que já tinham falecido;
·         Não cobrança de IRS em subsídios de compensação, a magistrados;
·        
Mas mais situações virão à tona. É só aguardarmos que elas irão surgindo.
Quero, no entanto, realçar uma situação que além de ser preocupante como as restantes, demonstra bem o nível das pessoas que nos governaram nos últimos seis anos.
Ficámos recentemente a saber que o anterior governo procedeu, na semana que antecedeu a tomada de posse do novo governo de coligação PSD-CDS/PP, a uma eliminação de registos nos ministérios da Economia e Finanças. Segundo foi noticiado, o Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (CEGER) eliminou todos os dados relativos a históricos de mensagens de correio electrónico oficiais, listas de contactos, todo o conteúdo de dados em disco rígido, etc.. De tal forma que alguém do Ministério das Finanças referiu que seria como “começar de novo”.
Ora bem, se a informação era oficial, então porque terá sido ela eliminada?
O que poderia comprometer e quem?
Se a informação era pessoal, então o que faziam esses dados nos computadores dos ministérios?
Não sou magistrado mas…não haverá aqui alguma matéria de crime?

Seria bom que o Ministério da Justiça desenvolvesse esforços no sentido de apurar responsabilidades nesta e em muitas outras situações.

Viva Portugal

João Pando

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fernando “Pouco” Nobre

Foi na passada segunda-feira que Fernando Nobre foi a votos, na categoria de candidato a presidente da Assembleia da República (AR).
Até aqui nada de mais pois ele como cidadão nacional que é, recém-eleito deputado da nação e não tendo qualquer impedimento legal, pode perfeitamente ser candidato.
Tal como Pedro Passos Coelho lhe tinha prometido, aquando do convite endereçado para encabeçar a lista do PSD a Lisboa, Fernando Nobre foi proposto pelo novo Primeiro-Ministro para presidir aos destinos da AR nos próximos quatro anos
Passos Coelho prometeu, Passos Coelho cumpriu. É um homem de palavra.
Mas a eleição esteve muito longe de correr conforme Passos Coelho esperava (…ou talvez não).
Para percebermos um pouco melhor esta história e quem é Fernando Nobre na política, temos que remontar a algum tempo atrás.
Em Junho de 2009, aquando das eleições europeias em que o PSD saiu vitorioso, Fernando Nobre apareceu em Coimbra, num comício do BE, dando o seu apoio inequívoco a Miguel Portas e ao BE. Dizia ele então que “…estava ali a dar a cara para ser coerente consigo próprio, porque as ideias que defende o Bloco de Esquerda, são as ideias que eu tenho defendido, nos meus livros, nos meus editoriais, nas minhas conferências, nos meus protestos, nos meus gritos. É por isso que aceitei dar a cara para o Parlamento Europeu, pelo Bloco de Esquerda.”
Estas foram palavras proferidas em 2009. Bastaram somente quase dois anos para que toda a sua coerência e todos os valores que defendia, se alterassem radicalmente. Talvez algum psicólogo ou até mesmo algum psiquiatra possam dar explicações sobre este caso. Eu não tenho estudos para tal.
Aquando das eleições presidenciais, dizia Fernando Nobre para Francisco Lopes, durante o debate entre os dois candidatos que “…o senhor pertence a um sistema político perverso, caduco, ultrapassado, retórico, que levou o país exactamente ao impasse em que ele está. Foram os partidos políticos dos quais o senhor faz parte, que nos puseram na situação em que nós estamos”.
O que eu entendo ser estranho é o facto de ele agora fazer parte desse sistema político perverso, caduco, ultrapassado e retórico sem qualquer problema. Será que Fernando Nobre pensa que com a sua entrada no parlamento, o sistema político deixou, de um dia para o outro, de ter todas essas características que ele entende que tem?
Que ele tem um ego do tamanho do mundo, já se sabia mas que extravasava essas fronteiras, para mim é novidade. Senão vejamos o seguinte.
Dizia ele numa entrevista conduzida por Mário Crespo, em Março deste ano, que “…não é por acaso que os altos detentores de cargos políticos deste país, me tenham contactado porque querem todos saber o que é que eu vou fazer”. Lá está a questão do ego. Será que ele pensa que o mundo gira à sua volta? Hummmm…
Continuou a entrevista a dizer “…eu tenho tranquilizado a todos. Partidos políticos nem pensar, nunca…eu não aceitarei nenhum cargo partidário nem governativo. Está assente, determinado, não volto atrás”.
Ainda bem que há pessoas de palavra neste país.
Ora, depois desta pequena e esclarecedora resenha, eu começo a chegar à simples conclusão de que Passos Coelho teve uma jogada de génio. Mas que jogada!
Vejamos então a minha leitura de toda esta engrenagem:
·         Fernando Nobre teve cerca de 14% dos votos, nas presidenciais. Isso representa mais de 600 mil pessoas. Para a realidade portuguesa, em que somos 10 milhões de habitantes e com abstenções elevadas nas votações, tem um peso muito elevado, numa eleição.
·         Ser Primeiro-Ministro e “deixar andar à solta” uma pessoa que vale 600 mil votos, pode ser complicado para o governo pois pode-se tornar numa força opositora. Logo, há que ter esta pessoa sob controlo.
·         Assim, quando Passos Coelho convidou Fernando Nobre sabia de antemão, com toda a certeza, duas coisas: que Fernando Nobre aceitaria um cargo de prestígio (a suposta questão da cidadania), devido ao seu enorme ego e que não fosse governativo, pois Nobre não gosta de ser criticado e Passos Coelho sabia também que ele nunca seria eleito Presidente da Assembleia da República, pois não reunia consensos, nem dentro do próprio partido. Passos Coelho sabia também que a esquerda não votaria em Nobre, tal como o PS e o CDS/PP. Logo, se Fernando Nobre não fosse eleito Presidente da AR, ficaria no parlamento, como deputado.
·         Onde é que Fernando Nobre faria menos “estragos”? Precisamente no parlamento como deputado, que é a situação em que ele se encontra, presentemente. É que assim, tanto o governo como o PSD podem controlá-lo de uma forma bem mais consistente. E com a coerência que o caracteriza, pode muito bem, de um dia para o outro, começar a ser um problema descontrolado.
·         Além disso, dado a sua ligação à bancada do PSD, como independente, depois de andar a dizer que “…partidos, nem pensar…” e pelo facto de não ter sido eleito presidente, nas duas vezes que foi a votos, enfraqueceu muito o peso que tinha na sociedade civil assim como a sua posição no parlamento.
Penso que neste momento, Fernando Nobre representará mais um empecilho que uma mais-valia para a bancada do PSD, uma vez que não eram estas funções que ele queria. Mas no parlamento como deputado, o seu âmbito de actuação está controlado, se bem que a sua força tenha diminuído bastante. Já não representará qualquer perigo.
Fernando Nobre cometeu vários erros de “palmatória” que supostamente qualquer pessoa minimamente inteligente, não o faria.
·         Disse, depois das presidenciais, que nunca aceitaria pertencer a partidos políticos. Bastou um mês para que esse argumento caísse por terra.
·         Disse que era candidato a Presidente da Assembleia da República e que se não ganhasse, não aceitaria ser deputado. Foi criticado por todos. Podemos retirar daqui variadíssimas interpretações com um denominador comum: todas elas têm forte carga negativa para Fernando Nobre.
·         Depois veio emendar a situação dizendo que provavelmente aceitaria ser deputado. O mal já estava feito.
·         Não teve nem a capacidade nem a perspicácia necessária a alguém que quer ser político. De salientar que a sua primeira candidatura não seria aprovada (106 votos, necessitava de 116). Penso que mesmo antes da primeira eleição, deveria ter apresentado a Passos Coelho a intenção de não ser candidato. A sua própria imagem não ficaria certamente tão manchada e estou convencido que Passos Coelho aceitaria de imediato.
·         Sujeitou-se a uma segunda votação, apesar de ter perdido a primeira. Aí o arraso foi completo. É que ainda teve menos um voto (105) que na primeira vez.
Eu fico a pensar se por ventura, este senhor Fernando Nobre tem ganho as presidenciais? O que seria de Portugal?
Agora, devemos pensar em termos de futuro. Tenho curiosidade em saber como será a sua permanência no parlamento já que ele afirma que tenciona exercer as funções de deputado "enquanto entender que poderei ser útil ao país", seja lá o que isto for. Isso quererá dizer que irá votar favoravelmente tudo o que o PSD e governo submeterem à AR? Irá votar consoante a sua vontade? Alegará problemas de saúde para se retirar? Demitir-se-á? Como irá fazer?
Constataremos isso com o passar do tempo.
De qualquer forma, penso que Fernando Nobre foi vítima do seu próprio ego, da sua arrogância, da sua incoerência, da sua ambição desmedida.

Viva Portugal

João Pando

terça-feira, 21 de junho de 2011

O Governo dos “Inexperientes”

Todos nós ficámos a saber, na passada sexta-feira, qual será a composição do novo governo de coligação PSD-CDS/PP, que entrou hoje em funções.
Penso que depois de um período eleitoral muito exigente, onde os líderes dos principais partidos políticos (com assento parlamentar), esgrimiram de forma vigorosa as suas propostas e convicções e depois de um resultado inequívoco que resultou do acto eleitoral de 5 de Junho, muitos dos portugueses estariam na expectativa de saber:
·         Em primeiro lugar, quais os ministros que seriam propostos para este novo governo de coligação, pois não só se falava em alguns nomes como havia ainda a questão de que personalidades independentes o pudessem vir a integrar.
·         Em segundo lugar, quantos ministros teria o CDS/PP neste governo de coligação e quais as pastas que ocuparia, sabendo de antemão que a agricultura era uma forte possibilidade, pela sua constante abordagem ao tema na Assembleia da República (AR).
·         Em terceiro lugar, quais os ministérios deste novo governo, uma vez que passaríamos de dezasseis ministérios no governo demissionário para onze ministérios do próximo governo.
Ora, muito se especulou à volta destas questões. Muitos nomes foram falados, muitas linhas de jornal escritas, algumas horas de televisão gastas e… muita ansiedade.
Foi publicado, antes mesmo de se saber a composição do novo governo, qual o papel que Miguel Relvas iria desempenhar futuramente e também o de Paulo Portas. Na minha opinião, foram pastas muito bem entregues a pessoas com alguma experiência governativa. Estou certo de que farão um óptimo trabalho, no interesse da nação.
Este episódio das críticas prévias trouxe-me à memória a contestação que houve em relação a Pedro Santana Lopes, mesmo antes de ser Primeiro-Ministro, em 2004. Ninguém sabia como seria ele como Primeiro-Ministro mas era contestado por todos, inclusive dentro do próprio partido.
Bom, mas quando finalmente ficámos a saber, de forma oficial, qual a composição do governo que vai conduzir os destinos do país, pelo menos, durante os próximos quatro anos, começaram a surgir opiniões vindas de todos os sectores de actividade e quadrantes políticos.
Ouvi muitas opiniões sobre os novos governantes. Umas foram bastante positivas e outras nem por isso mas deixem-me dizer-vos que algumas (muito poucas) foram bem tristes, pois vieram de pessoas que tiveram a oportunidade de provar o que valem e que nada fizeram ou fizeram mal. Mas a esses, o tempo há-de encarregar-se de os condenar, já que a Justiça não o consegue.
Bem, a maior parte das opiniões, quer de políticos quer de comentadores, é a de que os novos governantes não têm experiência governativa. Já Sócrates referiu esse aspecto na campanha eleitoral, a falta de experiência governativa de Pedro Passos Coelho. Francisco Assis referiu esse aspecto na RTP. Como se fosse essa condição “sine qua non” para se ter sucesso no que quer que seja.
Na minha opinião, este é até um argumento pouco inteligente (para não dizer completamente estúpido). E então vindo destas duas personalidades…Sócrates e os seus ministros, tiveram a capacidade de nos demonstrar como pessoas com experiência governativa conseguem levar um país quase à bancarrota. Decididamente não é disto que necessitamos.
Coitado de quem não possui a experiência necessária para desempenhar as suas funções. Nunca conseguirá ser um bom profissional.
Estão, no entanto, a esquecer-se somente de um pequeno pormenor: o Homem tem a extraordinária capacidade de aprender coisas, caso não tenham ainda reparado. Esse é só um dos pressupostos da nossa evolução. Coisa pouca.
Voltando às opiniões que correram por aí, vejamos por exemplo o caso de João Semedo do Bloco de Esquerda. Diz ele que “O doutor Paulo Portas, o doutor Pedro Passos Coelho tinham prometido um Governo com os melhores da sociedade. Hoje o que nós vemos é um Governo com um peso excessivo dos aparelhos partidários, com os aparelhos do PSD e do CDS”. Esta, considero ser mais uma das afirmações muito pouco inteligentes.
Ora vejamos, meu caro João Semedo:
1.     Neste governo, o partido vencedor das eleições não tem maioria absoluta, uma vez que CDS/PP e Independentes totalizam sete (7) ministros. Foi opção do novo Primeiro-Ministro de Portugal. É preciso muita coragem para tal.
2.    Estas eleições foram ganhas por partidos políticos e não por independentes. Tal como na campanha eleitoral, Pedro Passos Coelho sempre afirmou que o governo seria aberto a outros partidos e à sociedade civil. Como homem de palavra que é, assim o fez.
3.    O governo tem quatro (4) ministros independentes, o que significa que num total de onze, a percentagem situa-se nos 36,4%. É só fazer as contas, como diria o outro senhor. Ou seja, mais de um terço dos ministros são independentes.
4.    O governo tem quatro (4) ministros do PSD, curiosamente tantos quantos os independentes, ou seja, 36,4% dos ministros.
5.     O governo tem três (3) ministros do CDS/PP o que equivale a 27, 2% dos ministros.
6.    O peso dos partidos políticos no governo é de 63,6%, ou seja, nem sequer chega a dois terços. Mas que diabo! Foram os partidos que ganharam as eleições.
7.    Além do que já foi referido, está a colocar em causa a competência de cada um dos ministros, mesmo sem conhecer o seu trabalho, quando afirma que “…Pedro Passos Coelho tinham prometido um Governo com os melhores da sociedade”. Isto não é senão maledicência. Parece-me que é precisamente o melhor que o BE consegue.
8.    Será que num governo do Bloco de Esquerda, os ministros seriam todos independentes? Pela afirmação que efectuou, depreendo que sim.
Penso que se deve preocupar mais com a liderança do seu partido, a qual saiu deste processo eleitoral muito fragilizada pois perdeu metade dos deputados e não tanto com estas questões.
Ah, sim…e quando efectuar alguma crítica a quem quer que seja, estude bem a matéria antes de o fazer, para não cair no ridículo de criticar sem fundamento.
Depois vem um dos paladinos da “defesa dos trabalhadores, contra o grande capital e a política do quero, posso e mando…” Bernardino Soares, dizer o seguinte: “O perfil e a estrutura que nos é apresentada, em relação aos ministros e aos ministérios, confirma um Governo com a intenção de prosseguir esta política que tem vindo a anunciar, profundamente lesiva dos interesses nacionais, de cedência às imposições do FMI e da União Europeia e de continuação do agravamento das desigualdades sociais, da recessão e do desemprego.”
Vejamos então:
1.    Ainda não foi apresentado o programa de governo e já Bernardino Soares está a dizer que a intenção é continuar com a política anunciada, profundamente lesiva dos interesses nacionais, etc., etc. Sei que ele é deputado da nação mas não fazia a mínima ideia de que o Cassete Bernardino era VIDENTE. Do PCP, já sabemos que a conversa que sai é sempre igual. Tal como o seu programa proposto às eleições de 2009 e 2011. Eu confirmei isso. É que para os comunistas e “verdes”, a situação de 2009 é exactamente igual à que vivemos hoje.
2.    Não faço a mínima ideia do que é uma política “…profundamente lesiva dos interesses nacionais”. Como esta frase tem um conteúdo informativo igual a zero, pode ser que entretanto os comunistas nos informem do que se trata. É mais um chavão dos comunistas. A não ser que ele se esteja a referir às duas únicas vezes em que os comunistas governaram este país, com o então Primeiro-Ministro Vasco Gonçalves e que andou para entregar todo o nosso ouro aos países nossos fornecedores. Se não se refere a isso, então não há aqui nada de novo.
3.    Ele refere também “…e de continuação do agravamento das desigualdades sociais, da recessão e do desemprego.”. Bom, como deputado da AR, está devidamente informado acerca da situação do país e das perspectivas futuras. Ele sabe perfeitamente que a situação ainda se agravará nestes próximos dois anos. Não é novidade para ninguém. Mas se por acaso ele é possuidor do toque de Midas, então que desagrave as desigualdades sociais, nos tire da recessão e do desemprego excessivo, o quanto antes. Os portugueses agradecem.
4.    Se tem algo a reclamar, que o faça com o governo cessante, não com este. E já agora, um conselho: tenha calma e não avalie os ministros antes sequer de terem iniciado funções. Isso não abona a favor da democracia.
5.    Não havendo cedência às imposições do FMI, como os comunistas e bloquistas pretendiam, onde iriam eles encontrar dinheiro para cobrir a dívida de Portugal? A solução estaria em renegociar a dívida? Qual seria o crédito que Portugal passaria a ter na comunidade internacional, sabendo os mercados que não conseguimos pagar as nossas dívidas?
É que…é muito fácil falar quando sabemos de antemão que não seremos governo.
Depois vem Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, dizer: “Do ponto de vista global, a constituição do novo Governo dá indicadores de que estão a preparar um forte aperto de cinto ao povo português”.
Mas onde é que este indivíduo viveu nos últimos anos? Saberá ele que Portugal está em situação de pré-bancarrota e que o governo cessante assinou um documento com a troika, na tentativa de salvar este país da falência?
Heloísa Apolónia, d’Os Verdes afirma que há: “Excesso de pessoas ligadas às finanças nalgumas áreas que são fundamentais para garantia dos direitos dos cidadãos e para a promoção do desenvolvimento do país”.
Não entendo. Uns dizem que há demasiados advogados, outros dizem que há excesso de pessoas ligadas à área financeira. Entendam-se, pá!
Fernando Medina, porta-voz do PS e um dos “boys” de Sócrates diz que “Nota-se a ausência do Ministério da Cultura, que é negativa”.
Pergunto eu, será que a existência de um Ministério da Cultura é fundamental para a recuperação económica de Portugal? Será que não chega uma Secretaria de Estado? Será que se justifica a existência de um Ministério para a Cultura?
Penso que há, nesta afirmação, uma total ausência de bom senso. É a crítica barata de quem acabou de perder o tacho, que se mantinha há seis anos.
Finalmente, de entre muitos outros, vem António José Seguro afirmar que fará “oposição a todas as políticas e medidas que este Governo colocar na Assembleia da República com vista a desmantelar o Estado social”.
Há tipos que não têm vergonha. É estranho que essa sua preocupação com o desmantelamento do Estado Social só agora tenha tomado lugar. É que quando o seu ex-líder de partido e ex-Primeiro-Ministro, andou a atacar o Estado Social, contribuindo decisivamente para a sua destruição progressiva, não vi este senhor a fazer-lhe frente uma única vez, aliás, não vi este senhor a fazer o que quer que fosse em defesa do que quer que seja. Manteve-se sempre muito calado. É a posição mais confortável.
Confesso que a opinião que tenho hoje sobre António José Seguro, não abona muito a seu favor. Penso que se tem pautado por uma passividade excessiva.  Foi totalmente passivo enquanto o país necessitou de muita acção.
De qualquer forma, penso que é necessário deixar o governo exercer as suas funções antes de começarem com as críticas. Os que lá estiveram antes, não conseguiram. Deixem agora que estes tentem.
Se houver alguma crítica a efectuar, que seja por decisões tomadas no exercício das funções e não porque “este não tem experiência”, “aquele é advogado”, “o outro é financeiro”.
Deixem-nos trabalhar, pois muito há a fazer.

“A caminhada das mil léguas começa com um passo”, provérbio chinês.


Viva Portugal

João Pando